O verdadeiro relato de alguém que nunca foi ao Japão
Photo by Asmut Dante on Unsplash
Existe um lugar na imaginação que serve de refúgio da realidade. Uma memória, uma rua, um quintal ou simplesmente a ideia de viagem. Para mim às vezes é Hokkaido.
Vejo a estrada cercada por neve debaixo de um céu azul, montanhas ao fundo, e um izakaya escondido para se aquecer do frio. Lá dentro você pode pedir um Ishikari Nabe, um prato típico que leva salmão, vegetais e tofu em misoshiru.
Ishikari também é o nome do maior rio da ilha. Na língua ainu significa algo como “rio oscilante, enrolado, que gira em torno de si ou que volta a si mesmo”. Não é um pouco parecido com a gente?
Seguindo pela estrada chegamos em Niseko, o vilarejo das estações de esqui onde o sol se põe às quatro. Pela manhã você verá o cume do Monte Yotei no seu horizonte e, ao anoitecer, as luzes amarelas da vila se acendendo em meio às montanhas. Com uma bicicleta se cruza de uma ponta a outra.
Pedalando com afinco talvez dê tempo de chegar em Sapporo para aproveitar o Festival de Inverno. Junto dos locais e turistas, você poderá apreciar as esculturas de gelo ou as pessoas deslizando nas pistas de patinação. Convidativos izakayas, padarias, comidas de rua com assentos aquecidos oferecendo ramen, takoyaki, vieiras, vinho quente...
É uma longa estrada, mas nem sempre faz frio. Na primavera, em Furano, há o desabrochar das flores nos coloridos campos de lavanda. Você pode seguir as faixas roxas, amarelas, brancas e vermelhas que se estendem pelos campos.
Mas particularmente fico com a neve caindo em Hokkaido. Um lugar de fácil acesso, onde as pontas dos dedos congelam e o pensamento se torna livre.
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